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terça-feira, 18 de agosto de 2009



Eu estava perto da mesa quando meu tio chegou e perguntou: - Qual é o seu nome meninazinha de olhos verdes?
E eu lhe respondi: - Eu preciso dizer para o senhor tudo de novo? Então lhe falei bem devagarzinho para que não mais se esquecesse: - Meu nome é Maria Nazareth e não posso ficar muito tempo aqui. Eu era ainda menina. mas me vestia como uma pessoa adulta. Parecia uma viúva pequenina com aquele vestido triste de listras pretas e brancas. Como me doia vesti-lo, mas, não tinha outro jeito, pois era o único que eu tinha. Meu tio me deu um sapato, pois eu só andava descalça. Fiquei olhando sem parar para os meus pés com o sapato novo.
Um novo ano se iniciava, 1955, e a minha vida eram sempre a mesma. Aquela tristeza me acompanhava. A saudade e a tristeza de ficar longe da minha gente me doía muito, mas finalmente, outra fase de minha vida chegou. Graças a Deus, as coisas seriam diferentes. Estava cheia de amor e carinho para dar, mas não tive a recepção que esperava, parecia que não ligaram para mim, mas nada melhor do que estar em minha terra natal. Naquele verão de 1955, tudo me pareceu mais suave e belo do que nunca.
Novamente saí num passeio de despedida pelas ruas da fazenda. Chegando em casa, com ternuraa particular, olhei as laranjeiras que tantas coisas já haviam me ouvido falar. Elas pareciam me entender.
Por eu ser muito sentimental, minha história se tornava mais delicada. Eu estava, então profundamente triste de ter que me ausentar novamente, de minha tão querida família. Beleza maior não tem do que não ter, do que sentir saudades. E minhaa infância ficou marcada por tantas idas e vindas, por tantas despedidas.

Sinto saudades das tardezinhas quando ia escurecendo e das manhãs ensolaradas. Que felicidade! Ria de tudo. Tudo era engraçado!

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