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sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Sementes de Amor


Meu pai era um fazendeiro que precisava de semente para plantar mas, não tinha dinheiro, porém, tinha muita terra e coragem para trabalhar. Papai era um homem forte como nunca vi igual: valente e corajoso. Não tinha medo de nada. Ele dizia que quem tem medo não planta. Era muita vontade de colher o melhor da terra. Ele dizia que a terra é doce para os olhos. Lembro-me dele chegando em nossa casa todo molhado. Eu ainda pequena ia correndo para recebê-lo. Ele me dizia: -Menina linda. Eu saía correndo para pegar água para lavar os seus pés e enxugá-los. Corria para poder ajudá-lo. Como era bom ver meu pai feliz! Pela manhã bem cedinho fui com ele ao Banco; ele entrou e, eu fiquei esperando por ele sentada em uma cadeira. Olhava aquela casa antiga e pensava: Aqui que está o dinheiro! Naquele tempo, tinha somente dois funcionários o gerente e o funcionário. Até hoje ouço o toque das máquinas antigas de escrever. Ficava torcendo para dar tudo certo. A esperança era grande. O gerente disse: -volte daqui três dias. Para nós, aqueles três dias eram longos. Até que chegou o dia para retornar ao banco. Vi meu pai muito ansioso porém, cheio de esperança. O gerente chegava sempre sorridente e educado. Eu ficava olhando para ele muito assustada na espera de um “sim” mas, graças a Deus, o ele disse para o meu pai: - O seu crédito foi aprovado! Num impulso de alegria e emoção, abracei meu pai muito forte, agora estava tudo bem. Em casa, todos aguardavam a novidade. Com sete anos eu já ajudava o meu pai. Naquele tempo era muito difícil conseguir um empréstimo no banco. Precisava de avalista mas, graças a Deus, nós tínhamos uma fazenda com muita terra doce. Uma lição ficou para minha vida, temos que guardar a semente para termos outras colheitas e, assim, vivemos alegres e felizes. A semente é o futuro de uma nação. Sem semente não existe plantação. Esse foi o Banco do Brasil que nos ajudou naquele momento a produzir muitas outras sementes. Temos terra boa e, abençoada por Deus.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009


Hoje, 12 de outubro de 2009, acordei assustada com uma correria dentro de casa. Todos estavam saindo para passear com os amigos. Era dia das crianças. Fiquei sozinha. Só eu e Deus. Meus pensamentos foram longe, voltaram ao passado em 1968. Naquela noite não conseguia dormir quando, ouvi um barulho, meu marido estava chegando, era três horas da madrugada. Levantei alegre e, corri ao seu encontro mas, fui surpreendida com aquelas palavras: Vou embora! Estarei partindo para o Pará à trabalho. Naquele momento tive um grande impacto, o mundo desabou. Me assustei muito pois, tinha cinco filhos que ainda eram pequenos e, que futuro eles teriam dali para frente? Fiquei parada olhando ao meu redor. Parecia um sonho, mas era verdade. Ele me disse claramente que era a última vez que ele estava ali, e que, todos os meses ele mandaria comida para as crianças. Parecia que o mundo tinha acabado para mim e para as crianças. O chão saiu dos meus pés. Eu ainda era jovem e, mesmo assim, adoeci gravemente. Emagreci muito. Estava só osso e, meus olhos muito tristes. Ainda tinha meus filhos e precisava lutar por eles. Sentei na varanda, um sol de 40 graus. a tristeza era tão grande que, nem lágrimas tinha para chorar. De repente surgiu uma senhora de cabelos brancos que falava suave e muito tranqüila. Me disse então, não fique assim. Toda essa tristeza vai passar. Não quis questionar nada. Ela me viu de longe e aproximou-se e me disse: Eu vim aqui para ajudá-la. Ela pegou sete pedras, e me disse: essa primeira pedra com a força de Deus eu tiro toda a tristeza do seu coração; a segunda pedra é para sua saúde; a terceira para a sua felicidade; a quarta para você renascer; quinta para que você tenha saúde para cuidar de seus filhos; sexta pedra, você vai ter casa e bens e a sétima pedra, você vai ser amada por todos pois tem, o amor universal, e esse, não acaba nunca. E assim, do mesmo jeito que ela surgiu, ela se foi sem eu saber para onde. A indiferença dói mais do que a fome e mata todos os sonhos. Só fica a dor mas, a dor vai e vem dentro de nós. Não tem como esquecer. Sobrevivi porque estava rodeada por anjos. Deus conhece o nosso coração e, isto para mim, é tudo. Saber que Deus está junto de nós pois, sEu amor é sobrenatural. Eu lhe pedi no momento de desespero que queria ver meus filhos crescer e, Ele com todo amor e carinho, me atendeu. Hoje, cuido dos meus netos mas, ainda as lembranças me vem muito forte que não consigo respirar. Acordei, que pesadelo horrível! Já pensou se minha vida fosse assim? Sem carinho, sem motivação, sem amigos... Vivemos com emoções alegres ou tristes. Não aprendi com tudo o tive, a ser feliz mas, sim com as crianças. São dóceis e felizes com um simples carinho que a damos e, sem pedi nada em troca. Eles não tem interesse e, são assim porque amam sem pedir nada. Como somos diferentes! É tão doce e sincero o carinho de uma criança que nós adultos ficamos a dever. É triste, mas, é assim que acontece. Só a força de Deus para fazer renascer dentro de nós.
Doce é a luz e, agradável ver o nascer do sol.